Os métodos de controle e prevenção contra brocas devem ser adotados desde a coleta da madeira até o produto final (móveis, vigas, etc), pois as várias espécies de brocas existentes atacam a madeira em diferentes etapas do seu beneficiamento. A inspeção da madeira, por ocasião do seu recebimento, ou mesmo aquela em estoque, é um procedimento preventivo importante. Antes de tomar uma medida de controle, o monitoramento do local é importante para verificar o nível de infestação, o número de espécies existentes e o foco de infestação.
A inspeção visual e o uso de armadilhas é uma boa metodologia de averiguação. Com isso, pode-se avaliar qual é a melhor estratégia de controle ou se realmente existe a necessidade de intervenção química. O tratamento mais comumente utilizado no combate as brocas é a aplicação de inseticida. Esse método pode ser empregado tanto no combate como na prevenção, sendo pouco eficiente no primeiro caso. Ao se aplicar o inseticida nos orifícios escavados pelas brocas, a praga não será exterminada já que ali é apenas a “porta de saída” da madeira pelos insetos adultos, os quais já emergiram. Ademais, a penetração do produto nesse local será pequena, porque ali se acumulam serragem e fezes do inseto, fato que restringe o alcance do inseticida a outros indivíduos.
Este método tem, portanto, um objetivo muito mais preventivo do que curativo. Se a superfície, frestas, juntas e orifícios estiverem tratados com inseticida (na madeira sadia), pode-se evitar que outras brocas venham depositar ovos naquela peça de madeira.
É relevante ressaltar que, como esse método é superficial, grande parte do produto tende a ser removida quando a madeira é trabalhada. Deve-se considerar também que isso pode por em risco a saúde de pessoas que entrem em contato com a madeira. Sendo assim, é fundamental um rigoroso controle em todas as etapas do beneficiamento da madeira. Particularmente no caso da madeira compensada, é importante notar que se o inseticida for aplicado somente na cola e a lâmina de madeira for muito espessa, esta pode servir de substrato para a proliferação do inseto.
Um outro procedimento bastante usado é o do tratamento com gases tóxicos. Quando no estado de larvas ou ovos, a presença de brocas em uma peça de madeira é praticamente imperceptível, sendo que somente mais tarde, quando o adulto eclodir, é que perceberemos, e os prejuízos se tornarão evidentes. Para evitar esse tipo de problema, emprega-se o método acima citado. O procedimento consiste em submeter a madeira a um expurgo com gases tóxicos. O expurgo é um tratamento essencialmente para combater e não para prevenir. No entanto, pode ser visto também como método de prevenção ao impedir que uma madeira atacada sirva de foco de infestação para outras madeiras sadias ou que o problema siga adiante.
O emprego do expurgo de gases tóxicos, embora de simples manuseio, exige cuidados, pois os gases usados são tóxicos e alguns deles reagem com metais, como o cobre. Isso acarreta uma série de restrições ao seu uso em determinadas situações. Sendo assim, é altamente recomendável seguir as orientações de um especialista. Pesquisas têm sido realizadas com outros gases, tais como argônio e nitrogênio. Nesse caso, o procedimento consiste em reduzir o teor de oxigênio na madeira, substituindo-o por um desses gases. Todavia, a comprovação da eficácia desse tratamento ainda está em fase de testes.
Os métodos citados acima devem ser empregados em conjunto. O pré-tratamento das madeiras após o abate evita o ataque e o transporte de insetos até a serraria. Os produtos empregados são tóxicos e os vários usos que se faz da madeira impõe restrições. O controle dos insetos xilófagos exige como primeira tarefa a análise da situação nos diferentes ambientes (seja na fábrica de móveis, na marcenaria etc) e, se houver algum problema, diagnosticá-lo corretamente, verificando o tipo de inseto (broca) e os tipos de condições que estão favorecendo sua presença. Dado o diagnóstico e considerando as diversas limitações, pode-se buscar o procedimento que oferece o melhor resultado com o menor risco para a madeira e o usuário.
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